No passado dia 5 de Outubro de 2009, foi atribuído o prémio Nobel da Medicina a três cientistas de origens diversas que trabalham nos EUA: Carol Greider, Elizabeth Blackburn e Jack Szostak. Os três investigadores foram premiados por terem feito avançar os conhecimentos sobre o envelhecimento celular. Vão receber um prémio de dez milhões de coroas suecas, quase um milhão de euros. Os três premiados debruçaram-se sobre a enzima telomerase, que protege as células do envelhecimento e tem implicações para a investigação sobre o cancro.
O envelhecimento, caracterizado por uma diminuição da multiplicação das células e consequente não reposição de muitas das que vão morrendo, estará associado ao encurtamento dos cromossomas na região dos telómeros. Com o passar dos anos assistir-se-à a uma progressiva diminuição da produção de telomerase e, daí o rápido encurtamento dos telómeros e o acentuar do fenómeno do envelhecimento, que seria assim o resultado de uma menor acção da enzima, qual relógio biológico marcando o inevitável aparecimento da senescência celular.
O facto de as células cancerígenas, que mantêm a sua capacidade de multiplicação ao longo do tempo, apresentarem uma elevada actividade da enzima telomerase, será indicativo de que à vida se colocou o dilema de terminar por envelhecimento em resultado da diminuição da acção da enzima, ou ser aniquilada pelo cancro, por actividade elevada da enzima, pois o não controlo da multiplicação celular desembocará, inevitavelmente, num esgotamento dos recursos de matéria e energia necessários à proliferação infinita de células.
A natureza é sábia e a vida é um jogo de equilíbrios estabelecidos ao longo do processo evolutivo.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
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