sábado, 22 de maio de 2010


Pessoas que acumulam gordura na região do abdómen tendem a desenvolver doenças mentais, sugere um novo estudo realizado pela Escola de Medicina da Universidade de Boston, nos Estados Unidos.

A pesquisa americana analisou cerca de 700 adultos e mostrou que a obesidade está associada ao menor volume do cérebro, um factor importante para o desenvolvimento de demências.

Segundo o periódico Annals of Neurology, onde a pesquisa foi publicada, pessoas com níveis elevados de tecido visceral - gordura que se acumula ao redor dos órgãos - são mais propensas a serem diagnosticadas com doenças como o Alzheimer.

Experiência - A análise americana foi realizada em voluntários com, aproximadamente, 60 anos, dos quais 70% eram mulheres.

Os especialistas mediram o índice de massa corporal, a circunferência da cintura e realizaram exames de ressonância magnética nos voluntários. O objectivo dos médicos era medir a quantidade de gordura abdominal presente no organismo das pessoas envolvidas no estudo.

As conclusões da pesquisa mostraram que quanto maior o IMC (índice de massa corporal), menor o volume cerebral. Para os cientistas, esse factor é o principal responsável pela conexão próxima entre a gordura abdominal e os riscos de demência.


domingo, 18 de abril de 2010

Descoberta de molécula que afecta a ansiedade e a Depressão


No passado dia 12 de Abril uma equipa de investigadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suiça, descobriram uma molécula com grande impacto na formação de neurónios e cuja ausência pode levar a estados de depressão e ansiedade.

A instituição informou que esta molécula designada MIF (Macrophage Migration Inhibitory Factor,) tem um impacto sobre o estado ansioso e/ou depressivo dos ratos, o que pode indicar uma mudança de comportamento"

A equipa de investigação foi dirigida pela directora do Laboratório de Genética Comportamental do EPFL, Carmen Sandi, descobriu, assim, que esta molécula quando esta ausente inibe a produção de genes e desencadeia o aumento destes tipos de comportamentos. Estes cientistas, também descobriram que a MIF era encontrada em grandes quantidades nas células-tronco do hipocampo, local importante do cérebro para a formação da memória e de novos neurónios.

Tendo em conta os novos neurónios estudos anteriores vieram a comprovar que a formação destes era um factor importante para reduzir a ansiedade, portanto a investigação consistiu na manipulação da presença da MIF no cérebro dos ratos, onde os cientistas acabaram por eliminá-la
Constatando, assim, que a ausência da molécula reduzia de forma significativa a produção de novos neurónios, aumentando, por consequência a ansiedade.

Com as suas investigações a equipa, conseguiu ainda provar que a ausência da MIF diminuía a capacidade dos antidepressivos de estimular a formação de neurónios, desencadeando, assim, os estados depressivos.


Com esta descoberta, os cientistas da EPFL esperam agora desenvolver fármacos contra a depressão, que, segundo a Organização Mundial de Saúde, afecta 121 milhões de pessoas no mundo.”


sábado, 6 de fevereiro de 2010

Descoberta de proteína pode ser solução para Alzheimer

Investigador Étienne-Émile Baulieu acredita que dentro de 10 anos se possa encontrar cura para a doença


Étienne-Émile Baulieu, médico francês conhecido como o pai da pílula do dia seguinte, anunciou esta semana a descoberta de uma proteína que pode servir para combater a doença de Alzheimer bem como outras formas de demência.

A descoberta, publicada na revista norte-americana «Proceedings of the National Academy of Sciences», é também útil para o diagnóstico precoce da doença, explica o investigador.

Nas experiências laboratoriais, a equipa liderada por Beaulieu, do Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica francês (INSERM), descobriu o que pode ser uma importante interacção entre dois tipos de proteínas.

Essas proteínas são a que se encontra anómala nos casos dos doentes com Alzheimer e outra que destrói a primeira, chamada FKBP52. Potenciando esta pode-se conseguir criar um medicamento que trave a evolução da doença.

O desenvolvimento deste fármaco pode demorar ainda muito tempo, mas o médico acredita que em três anos será possível conseguir fazer um diagnóstico precoce da doença.

Certos marcadores bioquímicos da doença aparecem, provavelmente, 10 ou 15 anos antes de existirem sintomas.

Depois de se ter um conhecimento mais claro sobre o perfil de funcionamento destas proteínas é possível, acreditam os investigadores, que em 10 anos se encontre uma cura.

Nos próximos meses vão decorrer ensaios clínicos a partir desta descoberta no Hospital Charles Foix de Ivry, especializado em geriatria, nas imediações de Paris.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Visita ao IMM ( Instituto de Medicina Molecular)




No próximo dia 29 de Janeiro, iremos realizar uma visita ao IMM, coordenada pelo Dr. Tiago Fleming Outeiro, tendo como objectivo a recolha de informação relativa às doenças neurodegenerativas.


Como complemento desta visita iremos também à unidade de desenvolvimento de vertebrados.


Para mais informações visite o site em : http://imm.fm.ul.pt/web/imm/neurosciencesunit



domingo, 24 de janeiro de 2010

DEPRESSÃO E SUICÍDIO NA FEUP



Entrevista: Dra. Helena Lopes

Todos passámos a infância, pré adolescência e adolescência a prepararmo-nos para o ingresso numa universidade ou instituição de ensino superior. As expectativas dos pais, os bons resultados com que fomos presenteados durante o secundário, o “gigante” chamado Exames Nacionais, enfim, toda a pressão a que somos expostos transforma aquele que deveria ser mais um passo natural na educação de um cidadão num momento crítico e de ruptura da própria rotina. “Entrei. E agora?” – Basicamente, é isto que passa na cabeça dos inúmeros caloiros da FEUP (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto), especialmente naqueles que escolheram o curso não por vocação, mas por causa das saídas, ou como segundas opções.
Agora, tudo vai mudar. O caloiro tem perante si dois grandes desafios: a integração numa comunidade constituída por uma população muito mais numerosa e diferentes níveis de exigência a nível académico, desde a própria dificuldade de cada cadeira ao método de ensino e estudo. Para superar estes desafios, será necessário o desenvolvimento de novas capacidades de auto-suficiência, a diminuição da dependência dos pais, a gestão de horários e vida económica e, no caso de quem se deslocou para uma nova cidade, enfrentar os problemas de manutenção de uma casa. Com 17 ou 18 anos, é natural que em certos casos estes novos acontecimentos propiciem casos de depressão nervosa, uma vez que, associados a esta nova fase da vida, existem os problemas normais de um jovem adulto. Apesar de passar algo desapercebida, a Unidade de Orientação e Integração (situada na sala 210, no piso 2 do edifício da Administração) existe para enfrentar estes e outros problemas e para ajudar qualquer estudante que precise.



Fomos falar com a Dra. Helena Lopes, psicóloga responsável por esta unidade:

Jornal de Engenharia – Há quanto tempo existe a Unidade de Orientação e Integração (UOI)?

Helena Lopes – Esta Unidade surgiu na FEUP em 1995, nessa altura com a designação de Gabinete de Psicologia, nome pelo qual ainda hoje é muitas vezes identificada.

JE – Que tipo de apoio fornece à comunidade FEUP?

HL – Actualmente, os apoios directos que a UOI disponibiliza são a consulta psicológica individual, o aconselhamento em áreas como a preparação para a entrada no mercado de trabalho, (re)orientação vocacional, o apoio social, o apoio a alunos com Necessidades Educativas especiais e as Workshops de formação nas áreas comportamental e relacional, que realizamos nos dois semestres lectivos. Estamos também ligados a projectos em curso aqui na FEUP, e que se relacionam com a Qualidade do processo de ensino-aprendizagem no Ensino Superior.

JE – Qualquer pessoa (funcionários ou docentes) pode recorrer aos vossos serviços?

HL – Os nossos serviços destinam-se exclusivamente aos alunos da FEUP. Docentes ou funcionários contactam-nos, por vezes, sinalizando situações relacionadas com alunos que lhes suscitam preocupação ou para obter informações sobre o funcionamento e serviços da UOI para posteriormente encaminharem os alunos.


JE – E, desde que trabalha aqui, as pessoas recorrem muito à UOI?

HL – Não sabemos se todos os alunos que poderiam aceder aos nossos serviços e obter ajuda o fazem ou se, pelo contrário, o número de pedidos que temos fica aquém das necessidades dos alunos. Posso dar alguns números do nosso volume de actividade: no ano civil de 2005, por exemplo, a UOI atendeu 53 alunos em consulta psicológica individual num total de 303 consultas, fez cerca de 177 atendimentos no âmbito do atendimento/aconselhamento e deu formação a 341 alunos, num total de 19 acções de formação.

JE – Das pessoas que ajuda, quais são os seus principais problemas?

HL – Há diferentes pedidos de apoio, de acordo com o tipo de actividades que desenvolvemos. No âmbito da consulta psicológica, os pedidos situam-se fundamentalmente em temáticas relacionadas com o (in)sucesso académico e os métodos de estudo, relacionamento familiar e interpessoal. Surgem também pedidos de (re)orientação vocacional e alguns casos de ansiedade/depressão e outras psicopatologias.

JE – Existem números ou estatísticas acerca dos casos de depressão ou suicido na FEUP na UP?

HL – Não, mas penso que estou em condições de poder dizer que é um número residual. De qualquer maneira, qualquer número superior a zero é um mau número e é digno de preocupação e atenção.

JE – Na sua opinião, que acontecimentos ou problemas podem causar depressão ou eventual suicídio num estudante do Ensino Superior?

HL – Podemos falar de situações traumáticas que podem ocorrer na vida do indivíduo, de forma mais ou menos súbita e inesperada (por exemplo, a perda de um familiar, o fim de uma relação de namoro, perda de emprego dos pais, carência económica, desenraizamento, solidão, etc.) e que poderão estar na origem de sofrimento psicológico e despoletar quadros mais severos como a depressão ou mesmo o suicídio. Muitas vezes, o que acontece é que não estamos na presença de um acontecimento único responsável pelo mau estar do indivíduo, mas de um conjunto de circunstâncias que se interrelacionam. O ideal é que, numa lógica de prevenção de situação limite, a procura de ajuda se faça o mais precocemente possível.

JE – Que medidas podem ser tomadas para resolver este tipo de problemas no mundo académico?

HL – Uma das principais medidas, que considero ser uma responsabilidade de todos os agentes desta Escola, será a de cada um contribuir para o estabelecimento de relações interpessoais saudáveis no espaço escolar, e para a criação de redes de apoio, de forma a colmatar situações de isolamento, dificuldades de integração, etc. E isto pode fazer-se de muitas maneiras, desde um aluno ajudar um seu colega a integrar-se, incentivando-o a ir às aulas e a não desistir; um docente incentivar os seus alunos a fazerem trabalhos em grupo, e a fomentar a inter-ajuda, bem como a competição saudável; sugerisse a um colega que passe por uma situação difícil ou demonstre alterações no seu comportamento habitual que procure ajuda especializada, entre outras. O fundamental é que estes mecanismos naturais de convivência e de funcionamento dos grupos não se percam, sob pena de sermos apenas um conjunto de indivíduos sem qualquer coesão, inter-ajuda ou identificação.

JE – Uma mensagem aos alunos?

HL – Só posso dizer que a UOI está na FEUP para ajudar todos os alunos, naquilo que lhe for possível, de uma forma empática, genuína, profissional e confidencial (naturalmente). Partilhar os nossos problemas e angústias é, muitas vezes, o primeiro passo para se ir em busca da solução.

Para mais informações, deixamos os contactos da unidade:
225 081 625/1 401/2 179
e-mail: psiuoi@fe.up.p

(Artigo retirado integralmente do Jornal de Engenharia)


domingo, 17 de janeiro de 2010

Variante de gene pode proteger contra doença de Alzheimer


Um estudo, publicado no The Journal of the American Medical Association, identificou um gene protector contra Alzheimer. “A maior parte dos trabalhos sobre a genética desta doença neurodegenerativa centra-se nos factores que aumentam o perigo”, disse Richard B. Lipton, vice-presidente do departamento de Neurologia do Colégio de Medicina Albert Einstein de Nova Iorque. Entretanto, a equipa dirigida por este especialista deu conta da existência de um gene que parece reduzir o risco de desenvolver a doença.Em 2003, um estudo realizado com judeus Ashkenazis determinou que o gene CETP estava relacionado com o aumento da esperança de vida. Porém, os resultados com outros grupos étnicos foram contraditórios. Na opinião dos autores os ‘genes da longevidade’ devem estudar-se pelo seu potencial efeito protector sobre o aparecimento de doenças.Além de mais, o CEPT intervém no metabolismo do colesterol, tal como o APOE, um gene que predispõe ao Alzheimer.Lipton e os seus colegas recrutaram 524 pessoas maiores de 70 anos e analisaram a relação entre o subtipo de CEPT que portavam e o seu risco de demência. Ao fim de 4,3 anos de análises, 40 indivíduos tinham desenvolvido a doença.Fármacos para imitar geneOs genes são fragmentos de DNA que contêm informação para o fabrico de proteínas. Todos temos os mesmos genes mas nem todos são iguais, ou seja, o CEPT pode ter duas formas distintas em função de qual nucleótido (composto que ajuda o processo metabólico) se situa num ponto concreto da sua sequência.Uma destas variantes, que chamou a atenção dos investigadores, provoca a diminuição dos níveis de CEPT no organismo. Isto traduz-se num incremento do ‘colesterol bom’ (HDL) e do tamanho das lipoproteínas.

Os participantes foram divididos em três grupos − dependendo se tinham uma, duas ou nenhuma cópia desta variante da longevidade do gene CETP. Ao relacionar estes dados com o aparecimento da doença “descobrimos que aquelas pessoas com duas cópias deste tipo de CEPT perdiam memória mais lentamente e tinham um risco menor de sofrer de demência e de Alzheimer”, explicou Amy Sanders, professora do departamento dirigido por Lipton.“Concretamente, estes participantes tinham uma redução de 70 por cento de risco de desenvolver a doença em comparação com aqueles que não tinham nenhuma cópia desta CEPT benéfica”, acrescentou a Sanders.Neste momento estão a desenvolver-se medicamentos capazes de imitar a função da variante protectora de CEPT. Lipton adiantou ainda que “estes agentes serão testados para comprovar a sua capacidade de promover um envelhecimento melhor e prevenir o Alzheimer”.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Depressão


"A depressão é uma condição médica definida que afecta 20 por cento da população portuguesa.





Aprenda a reconhecê-la.


A depressão é a principal causa de incapacidades e a segunda causa de perda de anos de vida saudáveis entre as 107 doenças e problemas de saúde mais relevantes. Os custos pessoais e sociais da doença são muito elevados.
Uma em cada quatro pessoas em todo o mundo sofre, sofreu ou vai sofrer de depressão. Um em cada cinco utentes dos cuidados de saúde primários portugueses encontra-se deprimido no momento da consulta.
A depressão encontra-se reconhecida no Plano Nacional de Saúde 2000-2010 como um problema primordial de saúde pública.




O que é a depressão?
A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada, perda de interesse por actividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia ou cansaço fácil.
Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou situações que nos afectam de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e perduram por mais de duas semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar ajuda.
A depressão pode afectar pessoas de todas as idades, desde a infância à terceira idade, e se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão. Estima-se que esta doença esteja associada à perda de 850 mil vidas por ano, mais de 1200 mortes em Portugal.
A depressão pode ser episódica, recorrente ou crónica, e conduz à diminuição substancial da capacidade do indivíduo em assegurar as suas responsabilidades do dia-a-dia. A depressão pode durar de alguns meses a alguns anos. Contudo, em cerca de 20 por cento dos casos torna-se uma doença crónica sem remissão. Estes casos devem-se, fundamentalmente, à falta de tratamento adequado.
A depressão é mais comum nas mulheres do que nos homens: um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde, em 2000, mostrou que a prevalência de episódios de depressão unipolar é de 1,9 por cento nos homens e de 3,2 por cento nas mulheres.


Quais são os factores de risco?
Pessoas com episódios de depressão no passado;
Pessoas com história familiar de depressão;
Pessoas do género feminino – a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de toda a vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto, menopausa e pós-menopausa;
Pessoas que sofrem um qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a perda de alguém próximo;
Pessoas com doenças crónicas - sofrendo do coração, com hipertensão, com asma, com diabetes, com história de tromboses, com artroses e outras doenças reumáticas, SIDA, fibromialgia, cancro e outras doenças;
Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica (por exemplo, pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer);
Pessoas com tendência para ansiedade e pânico;
Pessoas com profissões geradoras de stress ou em circunstâncias de vida que causem stress;
Pessoas com dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool;
Pessoas idosas.


É possível prevenir a depressão?
Como em todas as doenças, a prevenção é sempre a melhor abordagem, designadamente para as pessoas em situação de risco, pois permite a intervenção precoce de profissionais de saúde e impede o agravamento dos sintomas.
Se sofre de ansiedade e/ou ataques de pânico, não hesite em procurar ajuda médica especializada, pois muitas vezes são os primeiros sintomas de uma depressão.
Se apresenta queixas físicas sem que os exames de diagnóstico encontrem uma explicação então aborde o assunto com o seu médico assistente.


Quais são os sintomas da depressão?
A depressão diferencia-se das normais mudanças de humor pela gravidade e permanência dos sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade e/ou pânico.
Os sintomas mais comuns são:
Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);
Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
Fadiga, cansaço e perda de energia;
Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de culpa e sentimento de incapacidade;
Falta ou alterações da concentração;
Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
Desinteresse, apatia e tristeza;
Alterações do desejo sexual;
Irritabilidade;
Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, enjoo.


Quais são as causas da depressão?
As causas diferem muito de pessoa para pessoa. Porém, é possível afirmar-se que há factores que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos. Por exemplo, condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um ente querido, o desemprego, a incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos, etc.
Determinar qual o factor ou os factores que desencadearam a crise depressiva pode ser importante, pois para o doente poderá ser vantajoso aprender a evitar ou a lidar com esse factor durante o tratamento.
Algumas doenças podem provocar ou facilitar a ocorrência de episódios depressivos ou a evolução para depressão crónica. São exemplo as doenças infecciosas, a doença de Parkinson, o cancro, outras doenças mentais, doenças hormonais, a dependência de substâncias como o álcool, entre outras. O mesmo pode suceder com certos medicamentos, como os corticóides, alguns anti-hipertensivos, alguns imunossupressores, alguns citostáticos, medicamentos de terapêutica hormonal de substituição, e neurolépticos clássicos, entre outros.


Como se diagnostica a depressão?
Pela avaliação clínica do doente, designadamente pela identificação, enumeração e curso dos sintomas bem como pela presença de doenças de que padeça e de medicação que possa estar a tomar.
Não existem meios complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a bem da verdade, tão pouco são necessários: o diagnóstico clínico é fácil e bastante preciso.
Dirija-se sempre ao seu médico de família ou clínico geral: estes médicos podem reconhecer a presença da doença, e caso considerem necessário, podem contactar com um médico psiquiatra para esclarecimento do diagnóstico e para orientação terapêutica (o medicamento a usar, a dose, a duração, a resposta esperável face ao tipo de pessoa, a indicação para um tipo específico de psicoterapia, a necessidade de outros tipos de intervenção, etc.).


Como se trata a depressão?
Normalmente, através do uso de medicamentos, de intervenções psicoterapêuticas, ou da conjugação de ambas.
As intervenções psicoterapêuticas são particularmente úteis nas situações ligeiras e reactivas às adversidades da vida bem como em associação com medicamentos nas situações moderadas e graves. A decisão de iniciar uma psicoterapia deve ser sempre debatida com o seu médico: a oferta de serviços é grande, não é auto-regulada, e é difícil a pessoa deprimida conseguir escolher o que mais lhe convém sem ajuda médica.
Os medicamentos usados no tratamento das depressões são designados por antidepressivos. Estes medicamentos são a pedra basilar do tratamento das depressões moderadas e graves e das depressões crónicas, podendo ser úteis nas depressões ligeiras e não criam habituação nem alteram a personalidade da pessoa. Com a evolução da ciência e da farmacologia, estes medicamentos são cada vez mais eficazes no controlo e tratamento da depressão, nomeadamente por interferência com a acção de neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina, no hipotálamo, a zona do cérebro responsável pelo humor (emoções).
Se o médico lhe prescrever medicamentos antidepressivos, siga as suas indicações e nunca pare o tratamento sem lhe comunicar as razões. Estes medicamentos não têm efeito imediato: pode demorar algumas semanas, 4 a 6, até começar a sentir-se melhor. O tratamento dura no mínimo quatro a seis meses. Obtenha toda a informação e esclareça todas as dúvidas com o seu médico."